431,5 KM de carro e mais 120 km de carona no caminhão
Esse dia tinha tudo pra ser tranquilo.... Abastecemos em Salta, na frente do Hostel... Posto YPF. 51 litros e 123,00 pesos.No dia anterior, fomos ao centro de informações ao turista, em Salta, e o cara disse que tinha um Puesto de Servicios novinho, em Jama (aduana argentina, limite com o Chile).
Mais uma prova de que, na argentina, se vc perguntar a mesma coisa pra 3 argentinos, terá 4 respostas diferentes.
Seriam 680 km, mas com o posto no caminho, tranquilo.... nem me preocupei em encher o galão de gasolina.
Compramos as primeiras folhas de coca e fomos embora.
O Visual começa a mudar, e vai ficando animal.
Aqui ainda tem muito verde, pq estamos no verão... e chove.
Essa ponte foi construida sobre um Rio, formado pelo degelo da Cordilheira dos Andes, que começa aqui perto. Com a "diminuição" da quantidade de neve, ja não enche mais... e só existem pequenos fios de água.
E vai ficando cada vez mais Árido, Cerros e Cordilleiras ao longe.
E, chegamos a Quebrada de Humahuaca......
Aqui tinhamos a opção de subir por Humahuaca, Tilcara, La Quiaca e voltar. Optamos por Seguir por Purmamarca...
Um vilarejo na base da Cordilheira dos Andes, ja com uma estrutura muito legal, mantendo a originalidade através das construções de Adobe.
Disseram que é um lugar muito legal pra se passar 1 ou 2 dias..... mas, não ficamos.
É muito procurada por turistas
e uma das suas principais atrações é Cerro de las Siete colores... que pode ser visto ao fundo, atrás dessa senhora muito tímida...
Atrás da cidade....
Ou aqui...
Seguimos, e começamos a subir "La Cuesta de Lipan". É um dos caminhos para se atravessar a Cordilheira dos Andes.
É nítida a mudança total da vegetação.....
E diferente do que andamos até agora, a estrada não tem mais retas....
E lá vamos nós....
Vários "Puieblitos" na subida da cordilheira.
E, por um tratado com o USA Aid, e governo japones, praticamente todas as casas possuem energia solar
Todas essas partes mais verdes, são Quinua... um grão consumido pela população andina há mais de 500 anos, foi recentemente considerado pela ONU como o alimento mais completo do planeta.
E, como não poderia faltar, o pastoreio de ovelhas e Lhamas/Guanacos
E continuamos subindo.... PQP, parecia que não ia acabar nunca. atras de uma curva, tinha sempre uma outra mais alta....
Numa delas, o carro chegou a morrer (por falta de ar). Ai, comecei a trocar de marchas manualmente (o carro é automatico), e não tivemos mais problemas.
E acha que subimos pouco ?????
Essa é a famosa estrada da "Cuesta de Lipan"... Indescritível essa estrada. Subimos 2000m em 40 km. O visual é ANIMAL...... e, aqui, pela primeira vez, percebi como a "oja de coca" faz diferença.
Subimos mais um pouco, e atravessamos as nuvens....
E, ai chegamos ao ponto mais alto da travessia de Lipan... Chamado Altos del Morado. 4170m sobre o nível do mar. Até agora, esse era meu recorde de altitude, hehehe...
Lá vivem algumas pessoas, ainda no mesmo estilo de povos antigos andinos. E vendem seus artesanatos...
Seguimos mais um pouco.... e o frio da altitude começou a pegar... e bem lá ao fundo, a imagem do primeiro Salar.... Grandes Salinas.
Aqui um pequeno vídeo pra mostrar o vento forte que rola la em cima...
E agora, comecamos a descer a cordilheira...
Chegamos num outro Pueblito, Saladillo onde não chove ha 10 anos.....
...repare que muitas das casas não tem teto...
...mas tem energia solar.
Andando mais um pouco, chegamos na maior Salina da Argentina...
A visão da Salina na estrada é algo bem diferente... um risco cinza no meio da vastidão branca....
Entramos com o carro, e lógico, fui fazer graça...
Aqui a textura... é como se fosse um monte de Sal grosso, molhado e grudado.....
Um vídeozinho do carro andando no Sal (a uns 100 km/h)... e indo até o ponto onde é extraído
Aqui são os poços de onde o Sal é extraído.... são cavados vários poçoso desses, em sequencia, e os montes de sal são colocados ao lado.
A extração é 100% manual...
Ai passa o caminhão recolhendo e levando pra usina...
do outro lado da estrada.
Ele se enche de água...
E é realmente salgado....
Seguimos, passamos por Susques e paramos pra almoçar em Pastos Chicos. É um Hostel muito bem ajeitado, com uma comida excelente. Mal sabíamos que voltaríamos pra cá hj ainda.
Seguimos mais alguns Km, e realmente da pra perceber que tem muitos animais pela estrada.
E chegamos à grande Jama.... 4700m de altitude
Onde fica a Aduana argentina.
E uma base da Gendarmeria
Jama é um pequeno vilarejo, muito simples, onde existe um "Puesto de Servicios" YPF. Mas não esta funcionando, e não tinham nos avisado sobre isso. Então, aqui tivemos um problema.... no carro tinha apenas 1/4 de gasolina (nafta). Isso me daria uma autonomia de aproximadamente 100 km (mas, com a altitude, menos ar, e as subidas, com certeza seria menos que isso). Pra seguirmos até a proxima parada, San Pedro de Atacama, são 160 km. Pra voltar até o último posto de gasolina, em Pastos Chicos (onde paramos pra almoçar), são 120km.
Um caminhoneiro se ofereceu pra cintar o carro, e nos puxaria durante uns 40 km, e depois seguiriamos até San Pedro. Mas, como o carro é automatico, teria que permanecer ligado por todo o tempo, e assim, não conseguiriamos seguir até lá.
No deserto, é como no mar. Ninguem deixa ninguem na mão. Ao anoitecer, na aduana, apenas deixam seguir os comboios de caminhões que fazem o trajeto sempre. Se algum carro quebrar no meio do deserto, a noite, terá sérios problemas... Isso aconteceu no dia seguinte, com o piloto francês Pascal Terry. Estava disputando o Dakar, na argentina mesmo, mais ao sul, e caiu da moto. Se deslocou até uma sombra, com a comida e bebida que levava. Foi encontrado morto um dia depois da queda, e a provavelmente a causa foi o frio noturno no deserto.
Por sorte, o Dino (Oficial da Imigracion Argentina), sugeriu que deixassemos o carro lá, arrumou uma carona com um caminhoneiro (Juan), que nos levou de volta até Pastos Chicos.
Lá, arrumou mais um "bidon" (galão) de gasolina, compramos a gasolina em Pastos Chicos (39 litros em 2 galões) e fomos dormir em Susques, o "Portico de Los Andes". A noite estava um puta frio, chegamos e ja entramos na hospedaria.
No jantar, 2 garrafas de vino... Uma coisa nos chamou a atenção. o Juan misturava o vino com coca-cola e gelo. Sei lá porque, ahuahahuauua
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